Com meus botões

Em teu beijo Alimento à vaidade Drink à meia luz Brincadeira e verdade...

Dos meus sonhos eu tenho certeza Amor é bicho de viver solto e morrer só. Nesse conto eu bem gostaria de crer Incrédula de mais eu sou Em tantas pedras pontudas pisei Largo tudo o que não me faz bem pelo caminho Assim sigo aos prantos Leia bem, largar é abandonar! Você sabe, todo abandono é morte E esse recomeço dói Sempre, dói.

Aqui, com meus botões Um travesseiro molhado Guardador de sonhos e lágrimas Lenços espalhados pela cama... Queria vestir aquela saia rodada E, rodar teu mundo. Lá fui eu Procurei até encontrar Encontrei o que não queria encontrar. Acordei como se tivesse ficado lá Dói aos montes Dor de morte do amor. Matas meu amor aos poucos Afoga-o em mágoas Eu o afogo em lágrimas. Mas eu já sabia Esse bicho, o amor, Não foi feito pra viver em cativeiro, Mas, é triste constatar que o fato é verdadeiro.

Acordo, durmo, acordo Sonho, acordo, sonho Levanto, caminho, sento, deito Deleito, caminho, sento e deito Beijo, morro, lavanto, sigo Beijo, morro de amores, sigo Deito, beijo, sonho, acordo Acordo  nunca mais te ver Aceito nunca mais te ter Beijo-te, amo-te, mato-te Acordo, deito, durmo, morro, acordo.

Porque o dia a dia destrói todos os seus castelos. porque o dia a dia desfacela as máscaras e deixa os cacos pelo chão. porque o dia a dia... Faz-me morrer todos os dias e ressuscitar nas manhãs com teu cheiro nos lençóis.